domingo, 19 de agosto de 2012

Capitulo Um - Nova história (sem titulo definido)


CAPITULO 1

- Estamos perdidos – disse o motorista.
A expressão de incredulidade era incontestável. Como nos perdemos naquela estrada? Mas se alguém perguntasse por que tínhamos entrado naquele caminho, ninguém seria capaz de responder.
Logo nosso guia tenta explicar que a neblina forte que enfrentamos no começo da estrada atrapalhou nossas condições visuais.
- Esse motorista deveria saber o camin
ho direito – interrompe um de meus colegas de excursão. 
A ideia era simples: fazer uma descida de esqui na neve aproveitando que os morros ainda davam condições para isso. Nosso grupo é formado de 12 pessoas, nosso guia e um motorista doido que no inicio da montanha onde a estrada se dividia em duas disse que o melhor caminho será um e não o outro. 
- Pessoal – tenta acalmar os ânimos nosso guia. – Temos de nos manter sempre perto uns dos outros, pois mesmo aqui dentro do ônibus temos uma temperatura muito baixa.
Realmente era meio difícil decidir se estava muito frio, ou se estávamos tremendo de medo por estarmos em um lugar desconhecido em uma situação nada favorável a nós. 
Nosso grupo é bem eclético, tendo desde dois advogados e um psicólogo – eu no caso – até um casal e seus dois filhos, duas mulheres, um médico, um professor de artes e uma garota muito estranha que viaja sozinha. O guia e o motorista pertencem ao hotel-estação no qual todos nós estamos hospedados. Pelo menos o fato de todos termos essa conexão incomum, e de já termos nos cruzado uma ou duas vezes pelos salões do hotel, nos reconforta na doce ilusão de estarmos viajando entre amigos.
O ônibus freia repentinamente. Todos estavam distraídos, exceto a menina estranha. Questionado sobre o porquê da parada brusca pelo guia, o motorista apontou para uma casa grande a mais ou menos uns 200 metros fora da estrada.
Todos à minha volta observam atentamente aquela casa grande, estilo antiga. Era fácil perceber seus dois andares e aparentemente ela possuía um sótão. 
- Acho melhor irmos até lá e pedir ajuda – disse o guia.
Não acredito que num lugar como esse, no qual há horas não vemos uma alma viva, vá ter alguém. Ainda mais nas atuais condições climáticas que nos encontramos.
Sugiro tentar voltarmos pela mesma estrada no sentido contrario. Já deveríamos ter encontrado outro grupo de pessoas na estação de esqui há algumas horas. Devem estar sentido nossa falta. Já devem ter comunicado ao hotel para mandarem alguma busca.
- Conhecendo bem os padrões – informa-me o guia, - não acredito sinceramente que será enviado nenhum grupo de busca até estarmos sumidos por no mínimo 24 horas.
Acho aquilo um verdadeiro absurdo. Como podem? 24 horas para mandarem uma equipe de busca. E se a pessoa estiver em grandes apuros?
O motorista insiste que o melhor a fazermos é entrarmos na casa, pois o tempo esta mudando e aparentemente está vindo uma tempestade. Ficará difícil de nos mantermos dentro do ônibus. 
Todos concordam que talvez seja a melhor opção que temos: verificarmos se tem alguém na casa e pedirmos ajuda. Se a casa estiver vazia, todos concordam em entrar sem fazer nenhum tipo de bagunça.
O motorista avança com o ônibus na direção da casa. Aparentemente nossas contas de que seriam 200 metros estavam erradas. Levamos pouco mais de 5 minutos para chegarmos. Ao olhar para trás é possível perceber que não se da para ver a estrada. Já começo a pensar que talvez não tenha sido uma boa ideia termos vindo até essa casa.